DEUS
(...)
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, Aqui estou!
(Isto é talvez ridículo aos ouvidos
De que, por não saber o que é olhar para as cousas,
Não compreende quem fala delas
Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)
Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda a hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
Mas se Deus é as árvores
e as flores
E os montes e o luar e o sol,
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e
árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.
E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda a hora.
in, O Mistério das
Cousas, Alberto Caeiro
Estamos vivos, certo? Mas será que estamos a viver a nossa vida? Se franziste a cara com um ar interrogativo, então estás no bom caminho, porque as perguntas levam sempre à procura de uma resposta. Se achas a pergunta absurda, então sobrevives na vida e a felicidade está a passar ao teu lado. Se sorris e és feliz, então sabes que vives. Neste espaço pretende-se partilhar pedaços de vida, sentimentos e pensamentos que se cruzam nos destinos de cada ser humano...
sábado, 30 de junho de 2012
quarta-feira, 27 de junho de 2012
quarta-feira, 20 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Marchas e Flores
Esta noite fui, com os meus pais, ver as marchas de santo António a Lisboa.
As ruas estavam maravilhosamente agitadas, os sons animados misturavam-se com o brilho das lanternas e com as cores e cheiros da sardinha e dos manjericos.
Gostei muito de tudo o que vi, passear à noite é sempre mágico.
No regresso a casa, adormeci no banco de trás ao som das vozes alegres dos meus pais e do ronronar do carro.
Subitamente acordei, sem saber o motivo, mas o sono era tanto que devo ter adormecido de novo. Mais tarde, ouvi sirenes, pessoas a correr...senti que me levavam, mas voltei a adormecer.
Era estranho, sentia-me frio, estava com medo e queria os meus pais e não compreendia porque não abria os meus olhos nem chamava por eles.
Comecei a ficar aflito e a transpirar. Queria mexer-me e gritar e não era capaz. Que sonho estranho era aquele?
Naquele momento senti que uma mão quente e áspera, cheia de veias salientes, pegava carinhosamente na minha mão pequena e fria. Era uma mão grande como a do meu pai, mas não era a dele.
Senti-me melhor, aquele gesto deixou-me mais tranquilo. Apercebi-me, então, que estava, de pé, junto àquele homem de vestido castanho que usava uma corda com um nó a fazer de cinto.
Não sei quem era, mas segui-lhe a voz que me dizia - Vem comigo ver as flores, até os teus pais te virem buscar, eles estão bem e tu também.
Eu fui de mão dada, reconfortado e em paz - as flores eram tão bonitas...
This evening I went with my parents, to see the St. Anthony Parade in Lisbon.
The streets were wonderfully stirred, excited sounds mingled with the glow of lanterns and the colors and smells of the sardines and the traditional basil.
I enjoyed everything I saw, walking at night is always magical.
Returning home, I fell asleep in the back seat hearing the sound of my parents happy voices and the purr of the car.
Suddenly I awoke, not knowing why, but as I was so sleepy I must have dozed off again.
Later, I heard sirens, people running ... I felt someone was taking me, but I went back to sleep.
It was strange, I felt cold, I was afraid and wanted my parents and did not understand why I wouldn't open my eyes or even call for them.
I began to get anxious and sweating. I wanted to move myself and scream but could not. What a strange dream was this?
At that moment I felt a warm and rough hand, full of bulging veins, taking, my small and cold hand, gently in his hand. It was a big hand like my father's, but it wasn't his.
I felt better, that gesture made me more relaxed. I realized then that I was standing next to the man who wore a brown custom like a dress, using a rope with a knot around him as a belt.
I do not know who he was, but I followed his voice saying to me - Come with me to see the flowers, until your parents come get you, they are well and so are you .
I went hand in hand, comforted and at peace - the flowers were so beautiful ...
domingo, 10 de junho de 2012
sexta-feira, 8 de junho de 2012
A tua voz
Texto Nina Tela: Armando Rebelo |
A tua voz
é como um rio
que beija as pedras com ternura.
Flui em tons pastel,
delicada e sensível,
pelas veredas e enseadas da vida.
Perco-me
na suavidade imensa dos seus contornos,
reencontro-me
na firmeza infinita da sua bondade.
Mariza - Há palavras que nos beijam
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Irmão Sol e Irmã Lua
in: mundo-das-poesias.blogspot.com Foto: Armando RebeloIrmão Sol e Irmã Lua
Raramente vos vejo e
Irmão Vento e Irmã brisa
Abram meus olhos a visões puras e justas
Para que eu possa ver a glória em meu redor.
Eu sou uma criatura de Deus, d'Ele eu sou parte
Sinto Seu amor despertando meu coração.
Irmão Sol e Irmã Lua
Agora eu vejo-vos, eu posso ouvir a vossa melodia
Tão enamorado que estou com tudo o que apreendo.
wonderwealthwisdom.blogspot.com |
Brother Sun, Sister Moon (Donovan)
Brother Sun and Sister MoonI seldom see you seldom hear your tune
Preoccupied with selfish misery
Brother Wind and Sister Air
Open my eyes to visions pure and fair
That I may see the glory around me.
I am God's creature, of Him I am part
I feel His love awakening my heart.
Brother Sun and Sister Moon
I now do see you, I can hear your tune
So much in love with all that I survey.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Por aí...
Texto: Nina Foto: Nuno Ramos |
Onde quer que vá, tu estás lá,
de várias formas te encontro.
Piso-te, contorno-te, evito-te,
percorro as tuas linhas,
descanso nas clareiras,
perco-me nos cruzamentos,
reencontro-me nas veredas.
Onde quer que eu vá, tu estás lá,
quer queira, ou não,
do início ao final,
indo depressa ou devagarinho
é impossível evitar
o nosso próprio caminho.
Para acompanhar o caminho de cada um aqui fica um melodia especial
My Way de Frank Sinatra por Andre Rieu ao Violino:
http://youtu.be/e-y581HdWfYterça-feira, 5 de junho de 2012
A FLOR QUE HÁ EM MIM
Foto: Nuno Ramos |
Vermelha, ardente
macia ao tocar,
bela e resistente
agradeço a chuva de braços no ar.
O vento sopra meu corpo,
move-me numa dança sem fim,
a coreografia da vida,
mesmo que inesperada,
sai de dentro de mim.
Sou e estou, simplesmente
como num acto de amor,
minhas cores e meu perfume
revelam que sou uma flor. Nina
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Eclipse Parcial da Lua
Fotos: Genaro Grajeda |
Mais um eclipse, mas não visível de Portugal.
Apesar disso, a influência da lua chega a cada um de nós, dependendo da sensibilidade de cada um.
Hoje é um bom dia para finalizar coisas,
terminar o que estava pendente,
arrumar armários e por aí fora.
Mais uma vez o Universo satisfez um pedido meu...
Uma forma de finalizar o pedido pendente foi criar as condições necessárias para concretizar o meu desejo...
Pedi e servos-á dado... dizem uns,
Cuidado a pedir...digo-vos eu,
porque mais cedo ou mais tarde
o pedido torna-se realidade.
Por isso e tudo o mais que acontece na minha vida,
estou grata, tremenda e profundamente grata.
Beethoven - Moonlight - Piano Sonata No. 14
sábado, 2 de junho de 2012
ARCO-ÍRIS
"Hoje danço na
abundância e me direciono à humanidade.“Kin 3
Foto: Alice Mendes |
Junto ao rio a contemplar a cidade, quase
em surdina, ouvi a tua mensagem… dizias-me com os olhos nos meus…
- Vem sonhar comigo, partilha a vida que intuis.
Juntos podemos construir um mundo melhor,
onde as divergências ajudem a complementar e não a dividir,
a crescer e não a suprimir.
Tudo é abundância em nosso redor,
basta abrires as mãos, aceitares e disponibilizares-te para a vida.
Estou ao teu serviço, conta comigo para
te acompanhar na tua viagem, te amparar nas dúvidas,
aliviar o teu fardo, olhar o arco-íris a brilhar,
rir das futilidades, cheirar a terra e as flores,
sentir o vento a cantar, ouvir a água a dançar ,
saborear as vitórias e aprender com as contrariedades. Nina
Uma das minhas músicas de eleição:
Somewhere over the Rainbow - Israel "IZ" Kamakawiwoʻolesexta-feira, 1 de junho de 2012
Hoje é Dia da Criança...
http://youtu.be/PWSMOxOlOac
E para finalizar
Fernando Pessoa : A Criança que Fui Chora na Estrada
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.
...liberta a criança que há em ti,
respeita a criança que há nos outros.
Elogie e dê valor às crianças, em especial nas pequenas coisas.
Assim quando elas crescerem vão valorizar os outros.
O poder do elogio - Validação
Crianças felizes e seguras hoje,
serão pessoas melhores amanhã.
Aquilo que fazes é sempre um exemplo...
Sê um bom exemplo.
Criança vê...criança faz...
Quando os exemplos são bons,
a força e motivação de alguém são imparáveis...
em especial se for de uma criança.
a força e motivação de alguém são imparáveis...
em especial se for de uma criança.
E para finalizar
Fernando Pessoa : A Criança que Fui Chora na Estrada
A criança que fui chora na estrada.
Deixei-a ali quando vim ser quem sou;
Mas hoje, vendo que o que sou é nada,
Quero ir buscar quem fui onde ficou.
Ah, como hei-de encontrá-lo? Quem errou
A vinda tem a regressão errada.
Já não sei de onde vim nem onde estou.
De o não saber, minha alma está parada.
Se ao menos atingir neste lugar
Um alto monte, de onde possa enfim
O que esqueci, olhando-o, relembrar,
Na ausência, ao menos, saberei de mim,
E, ao ver-me tal qual fui ao longe, achar
Em mim um pouco de quando era assim.
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