Estamos vivos, certo? Mas será que estamos a viver a nossa vida? Se franziste a cara com um ar interrogativo, então estás no bom caminho, porque as perguntas levam sempre à procura de uma resposta. Se achas a pergunta absurda, então sobrevives na vida e a felicidade está a passar ao teu lado. Se sorris e és feliz, então sabes que vives. Neste espaço pretende-se partilhar pedaços de vida, sentimentos e pensamentos que se cruzam nos destinos de cada ser humano...
terça-feira, 22 de novembro de 2011
QUANTOS DE NÓS...
Maria é uma mãe como tantas outras. Trabalha por turnos numa fábrica de pacemakers e nem sempre tem o tempo que gostaria para a sua família.
Quando chega a casa vem cansada. Os seus dedos curvados de horas a fio na mesma posição, trazem-lhe dores incomensuráveis que a impossibilitam de realizar as tarefas habituais do dia-a-dia de uma forma regular e exemplar.
Se chega a casa pela manhã, prepara o pequeno-almoço dos filhos, beija-os e fala com eles desejando que tenham um bom dia e que as coisas lhes corram de feição; se chega a casa de noite vai junto à cama de cada um dos filhos e beija-os, aconchega-lhes as mantas, verifica a roupa seleccionada para usar no dia seguinte, compõe os chinelos e deseja-lhes o melhor do mundo.
Na sua vida rotineira do trabalho para casa e desta para o trabalho ainda tem que arranjar tempo para cuidar da casa, das roupas, preparar as refeições para a família, gerir o mísero ordenado consoante as necessidades prementes e as despesas fixas mensais… e, acima de tudo, tem que administrar o seu tempo para que não lhe faltem horas de descanso.
Super-mulher, diriam uns.
Tem mania de que é mais que as outras, atiram outros.
Pobre coitada… e por aí fora, num rol interminável de rótulos e diagnósticos precoces de quem prefere comentar a vida alheia a olhar para o seu próprio caso.
No fundo, Maria é feliz com a sua vida. Gosta daquilo que faz, por cada pilha que termina coloca-a de parte com carinho, desejando felicidade ao seu portador e acreditando que o seu trabalho vai fazer a diferença para a pessoa que vier a usar.
Em casa, em todas as suas tarefas coloca todo o seu amor e vê neste acto a possibilidade de contribuir com a estabilidade essencial para o crescimento dos filhos.
Enquanto realiza as suas tarefas sorri e canta, porque isso a faz sentir viva e vibrante, organiza a divisão de tarefas pelos coabitantes do seu mundo e planifica as suas aventuras e diversões para o Domingo, que é dia em família…
Quantos de nós, mais afortunados com o tempo, não o usamos da melhor forma?
Quantos de nós não olhamos para o trabalho que fazemos com amor?
Quantos de nós pensamos em ter tempo para sermos nós e sermos mais felizes?
Quantos de nós…
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