quinta-feira, 17 de novembro de 2011

EM QUALQUER INSTANTE

Sento-me à espera de dias melhores, de algo ou alguém que não prometeu vir. 
Já cheguei à conclusão que não vale a pena andar a correr desenfreadamente e sem destino a fazer de conta que tenho uma vida muito ocupada, porque provavelmente isso não me vai levar a nenhum lugar, apenas me vai deixar cansada e triste.
Fico parada, virada para dentro e descubro que a vida me passa ao lado e que também não é por aí o meu caminho.
Refleti. Questionei-me. Chorei e sofri em silêncio. Até que um dia um raio de sol me entrou por uma frincha da janela do meu quarto que eu teimava em deixar na penumbra, e na sua simplicidade, o raio de sol arrancou-me um sorriso. 
Nesse momento percebi que aquilo que buscava era a minha felicidade.
Pareceu-me incrível que depois de tanto tempo e tanta luta interior, um simples raio de sol me trouxesse uma paz e uma calma como não me lembrava de ter sentido antes. Achei inacreditavel que uma coisa aparentemente tão simples como a felicidade pudesse ser tão difícil de encontrar. 
Abri a janela de par em par...o sol jorrou quente e iluminou todos os recantos do meu quarto e do meu ser.
Pensei muito sobre isso, enquanto fruía o sol a bater-me na cara e a aquecer-me a pele. Decidi que era algo pelo qual valia a pena lutar, era a minha felicidade, a minha vida...era eu.
Organizada e metódica como sou, coloquei um plano em funcionamento. Daquele momento em diante iria fazer duas listas paralelas: uma do que me fazia feliz, outra do que queria alterar porque me provocava sentimentos diferentes do da felicidade. 
Paralelamente comecei a por em prática e a qualquer instante do dia as coisas que me faziam feliz. 
Reconheço que não era fácil. 
A primeira coisa que me fazia feliz na minha lista - SORRIR. 
Ora e logo eu, cujos traços faciais são severos e a educação foi em sentido contrário ao riso fácil, apercebi-me de imediato que iria ser difícil.
Sentia que sorrir me fazia bem, que me deixava mais leve, mas por outro lado não encontrava motivos para sorrir. Como os motivos não apareciam, eu acabava por passar os dias sem me lembrar e consequentemente sem sorrir.
Nada acontece sem um treino, por isso revi os meus hábitos e resolvi impor algumas novidades na minha vida. Inicialmente fiquei relutante porque as minhas formas de chegar ao sorriso me pareceram descabidas e um pouco infantis na altura... Duvidei e questionei novamente se a felicidade era assim tão importante...sim era.
Resolvi começar com um sorriso para mim própria ao levantar e ao deitar. Sim, afinal de contas, quem melhor do que eu para receber e dar um sorriso à minha pessoa? Depois comecei a sorrir para todos aqueles que me dirigiam a palavra, e gradualmente fui aumentando o número de vezes e os motivos para sorrir. 
Em poucos dias comecei a encontrar muitos motivos para sorrir...quando um semáforo estava vermelho, sorria; todas as manhãs escolhia uma cor e sempre que visse alguém ou alguma coisa da cor definida, sorria; quando o vento me soprava os cabelos, sorria...e por aí fora.
Comecei a sentir-me mais leve, solta e apercebi-me que por cada sorriso que dava, o próximo custava menos a dar e que sem o esperar comecei a receber sorrisos de volta.
Será que as pessoas não me sorriam antes ou era eu que não as via sorrir?
Adiante! Que o tempo é curto e a jornada rumo à felicidade é longa.
A pouco e pouco tornou-se fácil, para mim, sorrir em qualquer situação ou instante...
Decidi passar à segunda coisa na minha lista: olhar. Olhar esse que fica para outro momento, em qualquer instante...

4 comentários:

  1. Lol José...que a luz te ilumine e te aqueça, que te traga um sorriso e paz para esse teu coração e cabecinha pensadora.

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  2. Um blog que já devia ter muitos textos teus e que de certeza, sem tu perceberes já fazia falta na "Blogosfera". Eu gostei deste começo e sei que vem muito mais a caminho. E essa estrada, pode ir até onde tu quiseres. Eu vou estar atento!

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  3. Obrigada amigo ...sabes que escrevo coisas muito distintas e neste caso ainda não sei bem o rumo que quero dar a este espaço...para além de lúdico sinto a falta de algo "moralizante" não sei este é o termo mais correto...mas algo com mais substancia que a simples ficção.
    vou ver se me inspiro lol ha momentos, ha tudo num momento :)

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